Em todas as áreas do conhecimento, existem vertentes e tendências que parecem, na melhor das hipóteses, não levarem a lugar algum. Isto acontece porque quase sempre alguém tenta lançar mão de uma idéia inovadora ou supõe ter pensado em algo que ninguém havia pensado antes. Na nossa área em particular, a coisa não podia deixar de ser diferente.
Quantas vezes não nos deparamos com um sujeito ao nosso lado, treinando de forma estranha, executando movimentos improváveis, para não dizer ridículos! Vamos tomar por exemplo, alguns treinos nos quais o executante faz um movimento de flexão de cotovelo unilateral (vulgo rosca alternada), e enquanto um dos braços realiza o movimento, o outro permanece em flexão estático (em isometria) e segue-se nesta alternância esquisita… Ou o que dizer de movimentos nos quais o individuo executa um desenvolvimento unilateral, expondo de maneira perigosa sua coluna vertebral a tensões lateralizadas? Será possível conseguir máxima hipertrofia com estes movimentos? Há, em alguma momento, a agradável sensação de fadiga ou falha muscular, que em nosso entendimento, são sinônimo de um bom estímulo? Creio que não… Estas técnicas “avançadas” exigem tanta atenção em sua execução que não possibilitam ao executante trabalhar com cargas máximas, o que resulta em estímulo pobre. Existem exercícios ideais para serem executados em alternância, quer seja para corrigir assimetrias bilaterais, quer seja simplesmente para estabelecer uma tensão mais bem distribuída para um segmento corporal. Acontece que em alguns exercícios, esta prática torna-se improdutiva, para não dizer perigosa.
Não me culpem de ferir a ética, afinal de contas não estamos lançando críticas diretas a nenhum colega em particular, mas algumas coisas não são fáceis de engolir, especialmente quando levamos a sério o que fazemos. Sempre que me deparo com situações como essas na academia, fico me perguntando o que o profissional que prescreveu tal treinamento tinha em mente… Acreditem, discutindo com alguns colegas sérios (que tem uma linha de pensamento semelhante a nossa), não conseguimos chegar a um denominador comum acerca da intenção destas excentricidades no treinamento…
Por favor, não pensem que estou me referindo a treinamento funcional. Esta é uma vertente séria e que tem ajudado muitas pessoas a melhorarem sua relação com o meio, promovendo melhora na postura, maior coordenação motora, aumento da aptidão e condicionamento específico para determinadas atividades. Treinamento funcional é indicado para algumas pessoas em particular. Treino esquisito e excêntrico é apenas fruto da vaidade de profissionais despreparados que querem mostrar conhecimento lançando mão de técnicas distorcidas de treinamento.
Você já observou o treinamento dos caras grandes na academia? Dificilmente você vai ver muitas firulas e esquisitices em seu treino. Por isso eles tem resultados. Eles não perdem seu tempo com treinos improdutivos. Já dizia o grande Dorian Yates: “Sempre que você tenta complicar uma coisa que deveria ser extremamente simples, você vai acabar não chegando a lugar nenhum.” Sábias palavras! Pense a respeito disso, fuja das excentricidades no treino, procure ser o mais simples e focado possível. Converse com seu professor, peça para ele fazer sua periodização e coloque toda sua atenção no treinamento. Os resultados serão consequência!
Amigo Madilson, concordo plenamente com você e cabe a nós, profissionais conscientes e sérios, fazer nosso trabalho com a experiência e discernimento que só quem acredita e conhece musculação sabe fazer. Academia não é picadeiro. Grande abraço e parabéns.
Todos os artigos são de autoria de Madilson Medeiros.
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É graduado em Nutrição pelaUniversidade Estadual do Ceará - UECE, Educação Física (licenciatura plena), pela Universidade Federal do Ceará - UFC e pós-graduado em Nutrição e Exercício Físico (UECE). Atua como nutricionista clínico e esportivo, consultor e docente de cursos de pós-graduação.
1 comentários:
Amigo Madilson, concordo plenamente com você e cabe a nós, profissionais conscientes e sérios, fazer nosso trabalho com a experiência e discernimento que só quem acredita e conhece musculação sabe fazer. Academia não é picadeiro. Grande abraço e parabéns.
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