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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Refeição Pós-treino: Proteínas, Carboidratos ou os dois juntos?


         As refeições pré e pós-treino têm sido alvo de inúmeras pesquisas e estudos, o que tem gerado, por sua vez, algumas controvérsias, especialmente no que tange ao treinamento resistido. Um dos pontos interessantes, que deve ser apreciado é que - em situações de treinamento eminentemente anaeróbio - há uma grande depleção de glicogênio muscular, especialmente em treinamentos avançados, conforme demonstra estudo de LAMBERT & FLYNN (2002), citado nesta revisão. Nesse sentido, entendemos que a refeição pós-treino deve satisfazer a necessidade da ressíntese do glicogênio utilizado, para fins de reposição energética e sinalização anabólica – notadamente pela resposta insulínica, responsável pela cascata de reações que culminam na ativação de Mtor (GEORGAKIS & YOUNES, 2006).
                Assim, numa situação onde se consuma apenas aminoácidos e (ou) peptídeos provenientes da whey protein, tal sinalização não ocorreria em grande magnitude, como se noticia quando há a ingestão de CHO adicionado à whey na refeição pós-treino, conforme aponta estudo de NICHOLAS et al (2009). Nesse trabalho, concluiu-se que a ingestão isolada de AAs não exerceu o mesmo potencial insulinotrópico estimulado pela combinação de AAs + CHO. Outro ponto bastante interessante do estudo está na questão do timing (tempo) ideal para se consumir essa refeição pós-treino: curiosamente, há variações quanto à taxa de síntese protéica em função da idade e do tempo de exposição ao treinamento. Assim, embora a taxa de síntese protéica - bem como a de ressíntese de glicogênio - perdure desde o período imediatamente após o treino e permaneça até cerca de 28 h nos praticantes treinados, essa taxa atinge um pico por volta de 4 h pós-treino, ao passo que o indivíduo não-treinado vivencia uma síntese não tão aguda, com pico por volta de até 16 h após o treinamento. Tal estudo demonstra, de forma clara, a real necessidade de oferecer nutrientes no período pós-treino, especialmente quanto maior o nível e o tempo de exposição do praticante, além da questão da idade (VERDJIK et al, 2009 apud ARAGON & SCHOENFELD, 2013). Por outro lado, um estudo conduzido por TIPTON et al (2001) avaliou a ingestão de AAs + CHO antes e durante uma sessão de treino resistido. Os pesquisadores constataram, através da análise de isótopo de PHE (fenilalanina) marcada, que a ingestão de AAs + CHO (numa proporção de 6g de AAs livres  e 35 g de sacarose) oferecida imediatamente antes do exercício resistido, aumentou a taxa de síntese protéica de forma mais significativa do que a ingestão imediatamente após o treinamento, o que gerou questionamentos acerca do período ideal para se consumir AAs e CHOs. Vale a pena ressaltar que esse estudo foi realizado com a ingestão de AAs livres adicionados a uma solução de CHO, o que levou os pesquisadores à conclusão de que a solução induziria mais prontamente a síntese protéica  pelo simples fato que, no período que antecede o exercício, não ocorre o catabolismo produzido em função do próprio treinamento.
                Nessa perspectiva, além de inibir prontamente essa dessamilação do tecido muscular, a ingestão pós-treinamento fez muito mais: ainda elevou a síntese. Ademais, a ingestão de AAs livres, especialmente a Leucina, pode reverter catabolismo protéico e induzir a sinalização de Mtor independente do mecanismo de ativação desta enzima citosólica, pela insulina (STIPANUK, 2007). Assim, parece ser extremamente interessante a ingestão de AAs livres antes da realização do treinamento, especialmente os BCAAs, no sentido não somente de evitar proteólise, mas também de se assegurar um ambiente anabólico. Em 2007, TIPTON et al publicaram um estudo onde, diferentemente do publicado em 2001, os sujeitos da amostra ingeriram uma solução de whey protein + CHO, em lugar de AAs livres. Nesse trabalho, observou-se que a ingestão de 20 g de apenas whey protein não resultou em diferenças significativas na taxa de síntese protéica – tanto antes quanto após o treinamento.
                Já no estudo realizado por KREIDER et al (2007), foram analisados três grupos que ingeriram logo após o exercício, diferentes tipos de carboidratos associados à whey protein, além de placebo. Todas as combinações contendo PTN + CHO foram eficazes na reversão tanto do catabolismo protéico quanto na imunossupressão reportados no grupo placebo, além de estimular a síntese protéica. Dentre as fontes de CHO utilizadas no estudo (sacarose, mel e maltodextrina), os pesquisadores concluíram que a maltodextrina se comportou ligeiramente melhor quanto à ressíntese de glicogênio. Nesse contexto, percebemos que a estratégia de suplementação de AAs livres, PTN e CHO deve ser condizente com a natureza de sua absorção e biodisponibilidade, considerando ainda, as características individuais de cada praticante. E o que dizer em relação à quantidade e proteína ingerida no período imediatamente após o treino até algumas horas depois? Em recente estudo conduzido por ARETA et al (2013), foram oferecidas três dosagens diferentes de whey protein em um período de 12 horas após o treinamento resistido. Os pesquisadores ofereceram aos participantes da pesquisa 2 bolus de 40 g, 4 de 20 g  e 8 de apenas 10 g. Os resultados apontaram que a fração intermediária, contendo 4 porções individuais de 20 g resultaram em níveis mais altos na taxa de síntese protéica, o que nos leva a conclusão que a combinação de doses intermediárias de PTN em espaços regulares pós-treino demonstra maior eficiência.
                De forma geral, parece mais conveniente ingerir AAs antes da realização do treinamento resistido, notadamente os BCAAs e, dentre estes, principalmente a Leucina, por seu papel de sinalização de Mtor. Já no período imediatamente após o treino, é oportuno que se ingira uma combinação de PTN de alto valor biológico – como a whey – em quantidades moderadas e regulares, acrescida de CHO, especialmente maltodextrina.

ARAGON, A. A.; SCHOENFELD, B. Jon. Nutrient timing revisited: is there a post-exercise anabolic window. J Int Soc Sports Nutr, v. 10, n. 1, p. 5, 2013.
ARETA, J. L. et al. Timing and distribution of protein ingestion during prolonged recovery from resistance exercise alters myofibrillar protein synthesis. The Journal of physiology, v. 591, n. 9, p. 2319-2331, 2013.
BURD, N. A. et al. Exercise training and protein metabolism: influences of contraction, protein intake, and sex-based differences. Journal of Applied Physiology, v. 106, n. 5, p. 1692-1701, 2009.
GEORGAKIS, G. V.; YOUNES, A. From rapa nu rapamicina: targeting PI3K/Akt/mTOR for cancer therapy. Expert. Rev. Anticancer Ther., v.6, p.131-140, 2006.
KREIDER, Richard B. et al. Effects of ingesting protein with various forms of carbohydrate following resistance-exercise on substrate availability and markers of anabolism, catabolism, and immunity. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 4, n. 1, p. 1-11, 2007.
LAMBERT, C.P., FLYNN, M.G.: Fatigue during high-intensity intermittent exercise: application to bodybuilding. Sports Med. 2002, 32(8):511–22.
VERDIJK L. B., JONKERS R. A., GLEESON, B. G., BEELEN, M., MEIJER K, SAVELBERG, H. H., WODZIG,  W.K., DENDALE, P., VAN LOON,  L. J.: Protein supplementation before and after exercise does not further augment skeletal muscle hypertrophy after resistance training in elderly men. Am J Clin Nutr 2009, 89(2):608–16.
STIPANUK, M. H. Leucine and protein synthesis: mTOR and beyond. Nutrition reviews, v. 65, n. 3, p. 122-129, 2007.
TIPTON, K. D. et al. Timing of amino acid-carbohydrate ingestion alters anabolic response of muscle to resistance exercise. American Journal of Physiology-Endocrinology And Metabolism, v. 281, n. 2, p. E197-E206, 2001.
VIANNA, D. et al. Protein synthesis regulation by leucine. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 46, n. 1, p. 29-36, 2010.

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sábado, 16 de julho de 2011

Desequilíbrios Hormonais e TPC (terapia pós-ciclo)

   Bodybuilding and libido Este é ainda um dos assuntos mais discutidos na comunidade dos fisiculturistas e, por esta razão óbvia, tem sido abordado tantas e tantas vezes, sempre no sentido de se estabelecer uma pronta recuperação dos níveis normais de testosterona/estrógeno após um ciclo de esteróides. De qualquer maneira, se já está esclarecido ou não, sempre vale a pena fazer uma nova abordagem a fim de se dissiparem dúvidas que ainda possam persistir.
    Em relação à utilização de recursos ergogênicos para aumento da performance, os EAAs ainda são a classe mais utilizada. Como sabemos, estes compostos são, de um modo geral, originados da molécula de testosterona e desempenham em nosso organismo grandes influências no quadro metabólico geral. Destas influências, notadamente importante é aquela que culmina na conseqüente diminuição da própria produção do hormônio, a denominada produção endógena.

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terça-feira, 10 de maio de 2011

Análogos do GHRH e Secretagogos de GH: alternativa ao Hormônio do Crescimento?

    GH; hexarelin; ipamorelin; bodybuilding;Os efeitos anabólicos do hormônio do crescimento humano (GH) já estão mais que provados e documentados; seus mecanismos de ação com as somatomedinas (especialmente IGF-1) também já foram ricamente detalhados, entretanto sua utilização como recurso ergogênico ainda reserva bastante cuidado devido a várias alterações metabólicas decorrentes desta administração.
    A utilização deste peptídeo pode levar à diminuição da sensibilidade à insulina nos tecidos-dependentes (fator de risco para desenvolvimento do diabetes tipo II), surgimento de artralgia (dor nas articulações), cardiomegalia (aumento do miocárdio), indução de crescimento em tumores pré-existentes e vários outros efeitos indesejáveis.

 

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Rimonabanto, a “pílula anti-barriga”, funciona?

does rimonabant acomplia work O rimonabanto, droga inicialmente patenteada pela gigante farmacêutica Sanofi-aventis despontou em meados de 2006 como sendo um dos mais promissores agentes na luta contra a obesidade. No Brasil, chegou a ser assunto de capa em uma das revistas de maior circulação. A droga, comercializada com os nomes comerciais de Acomplia ®, Zimult® e Redufast®, foi liberada aqui e em mais de 50 países em 2007, porém a ANVISA, a exemplo da FDA, suspendeu sua venda em 2008. A principal alegação de então foram as possíveis ocorrências de depressão e tendências suicidas como efeitos colaterais de sua utilização.

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segunda-feira, 28 de março de 2011

CREATINA: Suplementação e aspectos atuais

    como tomar creatina De todos os recursos empregados para o aumento do desempenho atlético, certamente a creatina merece uma posição de destaque entre os demais, não somente por ter sido alvo de inúmeros estudos científicos, mas por passar ilesa pelo crivo dos rigorosos e criteriosos métodos adotados pelos pesquisadores. Muitos autores se empenharam em estudar o mecanismo da suplementação desta substância no esporte, com o intuito de validar ou até mesmo desmistificar sua eficácia.

    A despeito do que normalmente ocorre com alguns lançamentos da indústria da suplementação esportiva – cuja eficácia não chega a ser cientificamente comprovada – a suplementação de creatina se revelou como uma das alternativas mais eficientes para o incremento da performance, popularizando-se não somente entre os atletas de elite mas entre praticantes de atividade física no mundo inteiro.

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terça-feira, 15 de março de 2011

A “Demonização” da Testosterona

     bad actions testosteroneQuando o assunto é Esteróides Anabolizantes, logo é associada à idéia – de acordo com o senso comum, obviamente – do uso em atletas para melhora da performance esportiva. Atrelada a esta associação, está a falsa noção que tal utilização é exclusiva deste grupo. No entanto, a mais importante utilização desta classe de medicamentos se dá para fins terapêuticos, considerando-se o largo emprego na área médica destes compostos como coadjuvantes no tratamento de diversas moléstias.

   Contudo, ao ser incorporada ao inconsciente coletivo a idéia de que tais fármacos se limitam ao uso esportivo e (ou) recreacional, atribuiu-se a estas substâncias um caráter extremamente pernicioso, que acabou por derrubar por terra a idéia das propriedades benéficas destes compostos na clinica médica.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Resistência a Insulina e uso de Esteróides: existe relação?

    insulin resistance esteroidsOs hormônios sexuais esteróides têm, notadamente, uma influência comprovada na regulação metabólica geral. Favorecerem a síntese protéica e estimulam a lipólise (no caso dos androgênicos); estimulam a formação de eritrócitos; facilitam a regeneração dos tecidos pelo incremento na síntese de monócitos e de colágeno e elastina; aumentam as reservas bio-energéticas, entre outras diversas reações.

    Porém, uma das mais importantes influências dos hormônios sexuais – em particular, dos androgênicos – está na capacidade de melhorar a captação de glicose, especialmente do miócito e do adipócito. Por esta razão é que diabéticos insulino-dependentes são recomendados a diminuírem sua dosagem diária de insulina quando se encontram em tratamento com EEAs: a glicose é carreada mais facilmente para os tecidos, sendo portanto, necessária uma dose menor de insulina.

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domingo, 30 de janeiro de 2011

Pré-hormonais, álcool e enzimas hepáticas

pro-hormonais fígado ciclo alcool   A grande disseminação dos chamados pré-hormonais, compostos que mimetizam a ação de drogas anabolizantes esteroidais, tem se tornado uma opção bastante popular entre os praticantes de musculação, por proporcionarem rápidos e expressivos aumentos em força e volume musculares. A utilização destas substâncias tem sido bastante popular não somente pelos efeitos acima citados, bem como pela facilidade na sua aquisição. Apesar de sua proibição pela legislação brasileira, é relativamente fácil encontrá-los.

   O que muita gente não sabe – como já comentamos anteriormente, a falta de informação é um mal crônico em nosso país – é que estes produtos praticamente são e se comportam como os AAEs em que foram inspirados. A diferença é que estas substâncias serão, através de processos enzimáticos, convertidas pelo organismo na forma anabólica da droga original ou em algo muito próximo dela. Resumindo, os PHs nada mais são do que AAEs “politicamente corretos”. Ainda não se atribuiu a esta classe de substâncias a demonização comum aos AAEs.

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domingo, 2 de janeiro de 2011

O papel do IGF-1 na hipertrofia muscular.

  clip_image003     Há algumas décadas, especificamente no final dos anos 80 e início dos anos 90, o hormônio do crescimento humano – HGH – figurava entre os recursos ergogênicos como uma das opções mais utilizadas pelos atletas de elite, especialmente bodybuilders profissionais. De fato, nesta época utilizou-se em larga escala não somente o HGH bem como a insulina exógena como meio de potencializar força e hipertrofia musculares.

Neste cenário, surgia muito timidamente um novo aliado na busca da melhora do desempenho entre os atletas aficionados por biochemical enhancement. Este, bastante conhecido entre os estudiosos da fisiologia humana, despontou como mais uma opção para otimizar o desempenho atlético. Sim, estamos falando do atualmente comentadíssimo Insulin-like Growth Factor – o IGF-1.

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Uso de Esteróides Anabolizantes diminui a expectativa de vida?

clip_image002   Dentre os vários mitos criados em relação à utilização de esteróides anabolizantes, figura um que certamente é senso-comum por parte do público leigo – aquele que diz que usuários deste tipo de recurso morrem mais cedo. O que, a princípio, parece ser uma idéia que já foi respaldada por vários artigos científicos, na verdade merece um olhar mais atento e necessidade de uma capacidade interpretativa da parte dos que enveredam na leitura desses estudos.

    O universo do uso de recursos ergogênicos é, em sua essência, amparado por conhecimentos estritos em bioquímica e farmacologia – embora muito freqüentemente apareçam “gurus” com visões controversas, como foi o caso de Dan Duchaine, cuja literatura underground inclusive causou sérios danos na saúde de seus seguidores – mas não deixa de ser um ambiente restrito aos atletas e preparadores, extremamente fechado ao mundo externo. Por esta razão é existe uma distância imensa entre a realidade vivida por essas pessoas e aquelas que se propõem a realizar pesquisas e estudos sobre o tema.

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Clenbuterol e Anabolismo Muscular

clip_image001  Muito se ouve falar da reputação do cloridrato de clenbuterol como um poderoso aliado na queima de gorduras. Porém, há uma interessante característica que pode se observar em relação a este fármaco que tem sido bastante discutida, tanto nas rodas de aficcionados por recursos ergogênicos bem como nas pesquisas acadêmicas.

A capacidade anabólica do clenbuterol tem sido relatada não somente por usuários deste farmacológico, mas também foi alvo de diversos estudos científicos. Nestes estudos, comprovou-se a eficácia do clenbuterol na manutenção da massa magra, mesmo em períodos de imobilização muscular.

O Clenbuterol é uma amina simpático-mimética, que possui alta afinidade com os receptores β-adrenérgicos, sendo, portanto uma substância capaz de estimular estes receptores exercendo função semelhante às das catecolaminas. Através desta estimulação há uma reação em cadeia que eleva o metabolismo energético, tal como observado com a epinefrina (adrenalina).

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