No treinamento, não poderia ser diferente… Quem não lembra do “Super-Slow”, que foi febre no início desta década? Este tipo de treinamento preconizava uma contração excêntrica super-lenta e treino de duração menor que o usual. Mas isso já se fazia desde a década de 70! Culturistas já sabiam a importância dos treinos excêntricos desde então. Veja que o que foi apresentado ao público como “novo” se encaixa perfeitamente no exemplo citado no início do texto.
Em relação ao novíssimo FST-7, cuja sigla significa Fascia Stretch Training Seven, parece que não há muito de novo em sua essência se comparado a treinamentos já praticados. Jay Cutler utilizou em sua rotina de treinamentos do ano passado esta técnica, o que ajudou em muito sua divulgação, até mesmo porque Cutler não só recuperou o título (em 2008, Dexter Jacson foi o Campeão), como também obteve melhoras surpreendentes em seu físico, o que leva a crer que o FST-7 tenha contribuído para isto.
Ao pé da letra FST-7 significa “treinamento de alongamento de fáscia 7”, onde o propósito é irrigar ao máximo os músculos trabalhados e com isso promover um estiramento transversal, alongando a fáscia muscular em seu diâmetro. A fáscia muscular nada mais é do que o tecido conjuntivo que envolve os músculos, recobrindo-os desde o feixe tendinoso da origem até a inserção. Este tecido, por sua vez, exerce certa pressão mecânica sobre a musculatura, o que supostamente impede em parte que esta se desenvolva no sentido transversal.
A técnica FST-7 consiste em diminuir esta resistência fascial para que o músculo disponha de maior área útil para seu desenvolvimento, o que é conseguido através de séries com repetições altas, cargas moderadas e pequeno intervalo entre séries. Hany Rambod, o idealizador desta técnica, sugere que sejam feitas 7 séries (daí a origem do número) com cerca de 15 repetições em intervalos não maoires que 30 segundos. Esta série deve ser feita apenas no último exercício de cada grupo muscular. Segundo Rambod, além de se estimular uma diminuição da resistência fascial, este série proporciona aos músculos uma maior irrigação sanguínea, o que resulta em transporte aumentado de nutrientes para a área trabalhada.
Perceberam alguma semelhança com outra proposta de treinamento? E quanto ao SSS ou 3S como alguns chamam? O SSS – Scientific Stretching for Sports – é uma técnica originalmente criada para induzir um aumento da flexibilidade, mas alguns atletas uitilizaram-se desta por permitir um grande estiramento fascial, porém no sentido longitudinal da área muscular, o que evidentemente acabava contribuíndo, cessada a tensão do estiramento, para aumentar a capacidade de alongamento transversal da fáscia. Fáscia alongada exerce menor pressão sobre o tecido muscular e permite, em teoria, seu desenvolvimento: a mesma proposta do FST-7! Em relação a grande congestão (pump) proporcionada pela técnica, também não parece novidade entre a comunidade culturista, uma vez que já se utilizava exaustivamente as famosas “Pump Sets”, executadas com o mesmo propósito de irrigação sanguínea.
De uma forma ou de outra, o que é interessante frisarmos é que, a despeito do Mr. Olympia Jay Cutler ter recuperado seu título graças aso FST-7 (seria uma enorme injustiça afirmar que uma simples mudança no treinamento iria promover tamanha melhora num físico excepcional como o de Jay!), o mais preocupante é que, indepententemente do nível, pessoas desavisadas irão se aventurar com esta nova técnica, por achar que irão obter os mesmos resultados de Big Jay. Este método perderá então sua aplicação adequada e essência ao passo que teremos mais um modismo dentro da sala de musculação, já tão repleta de “achismos” e pseudo-ciência. Nunca se esqueça do bom-senso! Na dúvida, pergunte ao seu Professor.
Maiores informações em FST-7.com
VÍDEO DO DVD FST-7 de Hany Rambod
4 comentários:
Muito boa a publicação, parabens, sempre com boas novas pra moçada que pensa profissional e foge do impírico!!! Faz muito sentido essa promoção de estiramento transversal, pois algo diferente que isso não poderia haver para se estirar fáscia de maneira transversa, a saída mesmo é dar o ''pump'' no grupo trabalhado e melhorar a oferta de nutrientes local, esse tipo de trabalho deve ser muito por pra quem treina 1 grupo semana!
Leonardo Ferreira(Nutrisport)
Incrivel novamente.Mais uma vez usando toda sua visão e capacidade de ver o que acontece ao redor para explicar e ate mesmo alertar aos menos avisados.
Achei o artigo super interesante mano....
Muito massa a publicação, linguagem concisa e objetiva. ótima explanação. Continue publicando que eu estarei sempre dando uma olhada. Vlw.
Meu amigo seu blog é espetacular, show, not°10 desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha
Postar um comentário